Quando assistimos a um espetáculo teatral ou musical, quando vamos a uma bela recepção de um casamento, quando assistimos a um programa de televisão, ou até quando comemos um prato saboroso em um restaurante famoso, normalmente os “louros” vão para quem protagoniza, aparece, atua, é proprietário, para aquele que encabeça o time. E, claro, todas essas pessoas são importantes. Porém, tudo isso requer uma equipe trabalhando e que não aparece. Simplesmente porque a função deles é dar toda a estrutura, cuidar do backstage da produção, assessorar, inspecionar, dirigir. E que se revela um trabalho árduo e importante para que o resultado seja o melhor. O Ideia Delas conversou com alguns profissionais que dão o maior “duro”, dia e noite, são peças fundamentais para o sucesso de um evento, seja ele um show para cem mil pessoas ou um casamento para 50 pessoas. Vamos conhecê-los?
Por Elisiê Peixoto
Paixão pelo vídeo
Fábio Rockenbach, 43 anos, é empresário na área de produção de vídeos, dono da Memória Digital Filmes, tem 24 anos de atuação no mercado. Hoje, ele e os filhos são especialistas em filmes de casamento, mas também atuam com materiais publicitários, multiplataforma e eventos corporativos. Estão atrás das câmeras e computadores, produzindo trabalhos de qualidade e que se tornaram referência em Londrina e região. “A paixão por vídeo começou ainda menino com o meu pai. Ele trabalhava na antiga TV Coroados, e aos 17 anos comecei trabalhando em televisão; em 1998 fui trabalhar em produtoras e agências de publicidade, e em 2008 abri a Memória Digital Filmes. Meu trabalho é transformar as histórias dos casais e o dia mais significativo deles em um lindo filme. Amo conhecer pessoas e lugares por meio do meu trabalho.” Fábio tem rotina de trabalho puxada, trabalha de oito a dez horas, mas, dependendo do evento e do projeto, trabalha em horários alternativos até a finalização. “Na área de eventos a nossa inspiração é o cinema. A técnica é indispensável, mas o lado criativo, a percepção aos detalhes, e realizar a expectativa do cliente certamente vão fazer a diferença. Eu e meus filhos priorizamos a qualidade de cada trabalho porque cada projeto é único”, completa.
www.memoriadigitalfilmes.com.br
@memoriadigitalfilmes
Atrás das câmeras
Vagner Gomes Ribeiro, 41 anos, é repórter cinematográfico há 15 anos. É comum vê-lo atrás das câmeras em eventos realizados em vários lugares da cidade. “Eu trabalho fazendo as imagens das matérias que são exibidas na TV. Saio junto com um repórter e, enquanto ele faz a entrevista e escreve o texto, eu capturo as imagens que vão ilustrar o material. Também é necessário compreender como funciona o equipamento tecnicamente e ter uma visão artística de como contar as histórias por meio de imagens. Entrei na TV como assistente de cinegrafista. Após um ano observando o trabalho de outros profissionais, tive a oportunidade de começar a atuar na área na RIC/Record”, comenta Vagner, que revela um dos motivos que mais o atraem na profissão: “Poder conhecer pessoas novas e lugares diferentes todos os dias. Levar informações para a população, além de contribuir para melhorias na cidade e no mundo”. Trabalhando cerca de cinco horas diárias, o repórter explica que é preciso ter um olhar sensível para conseguir transmitir em imagens tudo o que é contado na reportagem. “Também é necessário estar atento a tudo o que acontece ao seu redor, para não perder cenas importantes.”
Garantindo o espetáculo
Quem se senta na cadeira de um teatro confortavelmente para assistir a um espetáculo não imagina que atrás de toda aquela estrutura tem uma pessoa que zela, cuida e deixa tudo muito bem estruturado para o grande dia. Da mesma forma acontece para quem vai a uma clinica de saúde e encontra tudo perfeitamente limpo e higienizado. É o caso de Rogemar Monteiro, mais conhecido como Roger, que trabalha na clinica odontológica universitária. Ele tem 51 anos, é servidor público estadual, tem o cargo de auxiliar operacional e trabalha no setor de zeladoria há nove anos, com tarefas bem definidas e exercidas. “Faço a limpeza, cuido da conservação, coleta e controle dos resíduos, enfim, faço os serviços gerais. Fui aprovado em concurso público em 2007, e em 2010 fui nomeado e iniciei os trabalhos na Universidade Estadual de Londrina. Quando iniciei neste cargo, foi como começar do zero, pois tinha outra atividade profissional na iniciativa privada. Fico realizado ao constatar que o público encontra um local agradável, limpo e seguro, como se fosse a nossa própria casa”, comenta o funcionário.
A função do Roger exige muita atenção. Afinal, é preciso estar muito atento a qualquer situação. “Estou ligado o tempo todo a qualquer situação, tenho domínio e conhecimento dos equipamentos e insumos que opero, conheço bem os equipamentos nossos de segurança (EPI), entre outros fatores. Na minha profissão, preciso estar preparado para qualquer eventualidade e para garantir que tudo saia bem. Somos (nossa equipe de trabalho) responsáveis por zelar um patrimônio que é meu, seu, dele, nosso. São recursos que vêm dos impostos que pagamos, por isso fico revoltado quando vejo alguém depredando o patrimônio ou quando há desperdício de materiais”, completa o funcionário que trabalha oito horas diárias, sendo necessário, algumas vezes, fazer hora extra. “Temos uma visão que um zelador ou uma empregada doméstica só sabem varrer, jogar água na calçada. Todo o mundo gosta de chegar num local limpo, bem conservado, mas talvez não saiba que há um ‘time de profissionais’ que na maioria das vezes não se vê, que deu duro para deixar tudo pronto. Por isso, quando vou a algum local, seja shopping, cinema, ou seja lá o que for, procuro deixá-lo exatamente como o encontrei”, conclui.
Assumindo as caçarolas
Ele tem 24 anos, é cozinheiro há cinco anos, trabalha de oito a nove horas diárias, de segunda a sábado. E busca exercer a profissão com excelência. Pedro Cortez trabalha na cozinha do restaurante Som Tam, especialista em comida de rua do sudeste asiático. “Meu trabalho é baseado em organização, foco e limpeza. Na parte da organização existe um termo na cozinha que se chama “mise en place”, em que todo ingrediente deve estar em seu devido lugar e da forma desejada, assim facilitando a execução das receitas. Foco, para mim, é a principal característica de um cozinheiro, ele tem que estar atento a tudo ao seu redor, desde a hora do pré-preparo (tempo em que temos para fazer o mise en place) até na principal hora que é a marcha do serviço. Todo foco e atenção são importantes, aliás trabalhamos com objetos cortantes, panelas quentes, alimentos com maior nível de atenção, etc. Higiene, tanto a pessoal quanto a da cozinha, define muito bem o trabalhador e seu local de trabalho, desde preparar algum alimento e higienizá-lo corretamente até uma bancada bem limpa.
Pedro relata que a ideia inicial era apenas de fazer cursos de gastronomia, mas com o tempo optou em colocar a mão na massa literalmente, ver e saber a realidade da rotina de uma cozinha, aprendendo, conhecendo de tudo. “Lembro-me que no começo eu não tinha aquela paixão por cozinhar, mas, quando comecei a temperar um pedacinho de carne crua e deixar ela muito saborosa, encantei-me e entendi que existe todo um procedimento para chegar ao sabor desejável. Meu primeiro emprego foi em um bar próximo à casa em que morava, trabalhei lá em torno de um ano, entrava às 13 horas e saía perto da meia-noite. No primeiro dia, quando saí para fazer o intervalo, quase não voltei de tão cansado! Afinal, tinha ficado todo o tempo em pé. Mas voltei, e a partir dali criei paixão e ambição dentro da cozinha. Depois disso, passei para um gastrobar e, logo em seguida, um bistrô francês.” Pedro terminou a faculdade e foi para Londres a fim de trabalhar, conseguiu um emprego no centro daquela capital. “Um lugar chamado Lupins London que servia ‘tapas inglesas’, mas acabei voltando ao Brasil e hoje trabalho no restaurante asiático Som Tam do chef Leandro Volpini. Realizo-me em transmitir sabor e amor em um prato finalizado, tanto faz se demora 20 minutos ou três horas. Quero que fique saboroso e, quando degustado, que exista uma explosão de sabores.”
Na cozinha em que trabalha existe um mantra escrito que, segundo Pedro, deve ser seguido para tudo sair com excelência. “Dez coisas que requerem zero talento: ética, esforço, pontualidade, energia positiva, atitude, linguagem corporal, atitude, paixão, subordinação, fazer o extra. Certamente, se um cozinheiro conseguir unir todos esses itens no seu dia a dia, ele terá sucesso e será diferenciado”, conclui. E finaliza: “Não me vejo fazendo outra atividade. Mas destaco que só fica quem ama cozinhar. Suportamos o calor, horas e horas em pé, trabalhando contra o relógio. Mas, no final do dia, é prazeroso sentir aquela sensação de dever cumprido. Não tenho uma especialidade que prefira, a gastronomia está sempre inovando e você tem que saber fazer um pouco de tudo. Particularmente, gosto muito dos sabores da Ásia, na faculdade foi a gastronomia com a qual mais me identifiquei, pela junção de sabores, temperos e cultura. Eles trabalham muito com produtos que têm ‘umami’, que seria um quinto sabor que seu paladar pode sentir, palavra que tem origem japonesa que basicamente significa ‘saboroso e agradável’, o que me fez encantar mais e mais pela gastronomia”.
– Som Tam Comida Asiática
No grande dia
“Lá vem a noiva!” Essa é a exclamação da maioria das pessoas que assiste a uma cerimônia de casamento. A jovem entra linda, impecável, com música, nave decorada, coral cantando, familiares no altar, pai conduzindo a filha de forma perfeita. Mas nada acontece à toa. Para isso existe uma assessoria de casamento que se compromete a deixar tudo impecável. É o que faz a dupla de sócias Patrícia Urizzi, relações-públicas e assessora e produtora de eventos, e Heloisa Bettoni, designer de interiores e assessora e produtora de eventos. “Não somos ‘promoters’, pois não promovemos o evento”, enfatiza Patrícia, que ao lado da sócia atua há 21 anos na área de planejamento, gestão e produção de eventos. Ela conta a trajetória. “Começamos nosso trabalho acreditando, na época, que eventos sociais, como casamentos, principalmente, poderiam ser trabalhados de forma profissional e com pessoas habilitadas. Naquela época ninguém conhecia a profissão de assessor de eventos ou relações-públicas. A mãe e a noiva organizavam o casamento e tentavam cuidar e coordenar tudo no dia, uma missão impossível. Unimos minha experiência na área de relações públicas com a organização de eventos corporativos, e da Heloísa, na área de design de interiores e decoração. O nosso primeiro evento foi um churrasco!”, relembra.
Para as duas profissionais, planejar é realizar sonhos para tornar as pessoas felizes. “Isso é o que nos completa. E também fazer amizades que duram uma vida toda. Para tudo sair perfeito, trabalhamos 12 horas por dia”, comenta Heloisa. A dupla explica que é de extrema importância que o profissional que trabalha com eventos seja habilitado academicamente, atualize-se constantemente. “Pois isso gera uma base sólida de conhecimento e informação que são indispensáveis. A experiência de anos também resulta num trabalho de excelência, mas características pessoais como disciplina, organização, sensibilidade, curiosidade sobre tudo e disponibilidade são importantes. E somam para que o profissional atue de forma eficiente e proativa”, completa Patrícia.
Patricia e Heloisa diz
Amamos Elisiê e Claudia!!! Obrigada pela lembrança de nosso trabalho 100% de bastidor! Bjos grande texto um arraso! Patty e Helo
Heloisa diz
Elisie muito feliz em participarmos do IdeiaDelas .
Obrigada tbém pelo carinho conosco .bjo