Por Claudia Costa
O Natal e o Ano Novo são sempre datas especiais e muito comemoradas pela maioria das pessoas. Porém, algumas pessoas acabam exagerando na ingestão de bebidas alcoólicas e de alimentos gordurosos. O consumo excessivo do álcool (acima de 1.0 g/kg de peso) provoca grandes transtornos no organismo. Além da sensação de mal-estar, a pessoa sente alguns sintomas como tontura, fraqueza, boca seca, enjoo, sudorese, náusea, muita excitação, ansiedade e problemas de concentração.
O álcool é uma das drogas mais consumidas no mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), aproximadamente 30% dos homens e 10% das mulheres no Brasil consomem álcool em excesso pelo menos uma vez por semana. Além disso, quase 80% dos jovens admitem consumir bebidas alcoólicas regularmente.
Segundo Sérgio A. Hirata, médico gastroenterologista e endoscopista, a pessoa pode comer de tudo um pouco, evitando o exagero. “A bebida faz bem em pequenas doses, mas sem exagero. Deve-se evitar o jejum prolongado e, principalmente, intercalar a bebida alcoólica com doses de água”, explica ele. O médico aconselha não misturar bebida destilada com outro tipo de bebida. Ele salienta que hidratar é fundamental e uma boa opção é a água de coco.
Metabolismo
A absorção do álcool pelo intestino é muito mais rápida do que a capacidade do fígado de metabolizá-lo. O fígado só consegue metabolizar o equivalente a 10 gramas de álcool por hora, o que é menos que uma taça de vinho ou 300 ml de cerveja, que possuem cerca de 12 gramas de álcool. Portanto, se tomar o equivalente a cinco taças de vinho, o corpo vai demorar, em média, 6 horas para eliminar todo esse volume. Após um consumo exagerado de álcool, durante várias horas o organismo vai ter que lidar com duas substâncias altamente tóxicas circulando no sangue: álcool e acetaldeído.
Quando a pessoa está com o estômago cheio, a absorção de etanol fica mais lenta, dando mais tempo ao fígado para metabolizar o álcool que chega. Por isso, a intoxicação por etanol é mais intensa quando se bebe em jejum. Bebidas alcoólicas gasosas são absorvidas mais lentamente e alimentos ricos em proteínas ou em açúcar reduzem a absorção do álcool.
O álcool age em todo o organismo, mas os seus efeitos mais visíveis são no cérebro, principalmente durante uma intoxicação aguda. Em pequenas quantidades, o álcool tem ação estimulante, levando à euforia, desinibição e maior interação social. Pequenas doses já afetam a coordenação motora e a capacidade de concentração. Conforme o nível de álcool se eleva, a capacidade de julgamento fica alterada e surgem os comentários e as ações impróprias. Doses maiores de álcool e acetaldeído na circulação intoxicam os neurônios, levando à inibição do funcionamento do sistema nervoso. Conforme a concentração sanguínea se eleva, o paciente vai passando pelas seguintes fases: letargia, sonolência, redução do nível de consciência, coma e, eventualmente, morte.
Os sintomas da bebedeira duram até o fígado conseguir neutralizar todo o álcool e o acetaldeído que circulam no sangue, o que pode levar horas. Não existe remédio que cure ressaca nem que acelere o metabolismo do etanol. De nada adiantam banhos frios, café, chás, produtos com cheiro forte ou qualquer outra medicação caseira. O importante é manter a hidratação, ingerir carboidratos e ficar bastante em repouso.
Fontes:
https://www.mdsaude.com/2008/12/ressaca-e-intoxicao-pelo-lcool.html
Sociedade Brasileira de Imunologia
http://sbi.org.br/imunologia-da-ressaca/
Fatima Dias Freitas diz
Gostei da matéria! Festejar com bom senso sempre.Obrigado Dr.Sérgio Hirata e a você Claudia Costa pela matéria.
Auriel confort diz
Que matéria muito legal!…parabéns claudia