Por Claudia Costa
Houve uma época que agosto era considerado o mês do cachorro louco. Segundo o professor doutor Italmar Teodorico Navarro, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva da UEL, a raiva pode ocorrer o ano todo e em todo o País. Ele explica que no passado a divulgação de que o mês de agosto era o mês do cachorro louco foi uma forma de facilitar as campanhas de vacinação em massa de cães e gatos. “Todos os animais de sangue quente podem pegar e transmitir raiva”, esclarece.
O professor salienta que, “no Brasil, os animais mais perigosos para transmitir a raiva para os seres humanos são os cães, os gatos e os morcegos, inclusive os não hematófagos, ou seja, os que não tomam sangue e se alimentam somente de frutas ou insetos”. Os gatos geralmente pegam raiva caçando morcegos infectados.
Sintomas da raiva
Em todas as espécies de animais, o primeiro sintoma é a súbita mudança de comportamento. “Ele deixa de comer, não reconhece o ambiente nem a família humana. Pode evoluir para a raiva furiosa, quando o animal agride tudo e todos, ou pode evoluir para a raiva paralítica, em que, depois da mudança de comportamento, entra na fase de paralisia dos membros. No final, todos morrem (o tempo médio é de quatro a seis dias)”, esclarece o professor Navarro.
A vacina contra a raiva deve ser ministrada todos os anos, independente da idade do animal. Até os animais velhinhos devem ser imunizados. “Cães e gatos devem ser vacinados a partir dos dois meses – primeira dose – e receber reforço no quinto mês. Depois, repetir anualmente”, salienta.
Os animais devem ser vacinados por um médico-veterinário responsável, que além de usar vacinas de boa procedência também cuide da conservação delas sob refrigeração nas clínicas. “Isso é muito importante”, adverte.
Tão graves como a raiva são outras duas doenças: a cinomose e a parvovirose. Elas podem ser prevenidas desde que os animais sejam vacinados na época correta.
Cinomose é uma doença exclusiva dos cães
É uma doença viral altamente contagiosa entre os cães, com progressão grave, de difícil tratamento. Pode afetar cães de todas as idades, sexo e raça e causar diversas sequelas, facilitando ainda outras infecções. O vírus pode permanecer no ambiente por longo período, podendo infectar inúmeros cães, principalmente os que não foram vacinados de forma correta. E ocorre de um animal infectado para outro sadio ou até mesmo no contato do guardião com cães infectados.
Sintomas
- Secreção ocular
- Conjuntivite severa
- Secreção nasal, tosse e pneumonia
- Diarreia e vômito
- Ressecamento da pele
- Incoordenação motora
- Espasmos musculares, tremores e convulsão
Parvovirose aumenta a ocorrência no verão
Também é uma doença viral altamente contagiosa entre os cães, inclusive os filhotes e jovens. Também causa doença grave, podendo levar à morte de forma rápida. A parvovirose favorece outras infecções e pode permanecer no ambiente por longo período, podendo infectar outros cães, principalmente os não vacinados de forma correta. É transmitida de um animal infectado para outro sadio ou até mesmo com o contato do guardião com cães infectados.
Sintomas
- Fezes líquidas e com sangue
- Vômito
- Perda de apetite
- Fraqueza e apatia
Quando o animal não é levado ao médico-veterinário no início da doença, ele pode morrer por causa da desidratação e da perda de nutrientes.
CALENDÁRIO DE VACINAÇÃO |
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Dose | Idade | Vacinas |
1ª dose | 2 meses | Antirrábica |
2ª dose | 5 meses | Antirrábica |
Todos os anos | Antirrábica | |
1ª dose | 45 dias (1 mês e meio) | Contra cinomose e parvovirose |
2ª dose | 75 dias (2 meses e meio) | Contra cinomose e parvovirose |
3ª dose | 105 dias (3 meses e meio) | Contra cinomose e parvovirose |
4ª dose | 135 dias (4 meses e meio) | Contra cinomose e parvovirose |
- ATENÇÃO: Todo animalzinho também precisa receber medicação contra vermes, que podem levar a doenças graves.
Fonte: Departamento de Medicina Veterinária Preventiva – Hospital Veterinário – Universidade Estadual de Londrina.
Agnes e Lila: duas rainhas em suas casas
A Agnes, de um ano e meio, é uma linda cachorra da raça golden retriever. Ela é xodó na família da artista plástica Josi Ribeiro. Ela, o marido Luis Augusto Ribeiro e os filhos João Vitor e Júnior cuidam para que a bela cachorra tenha uma vida saudável e confortável. “A Agnes é superdócil, porém é muito arteira”, comenta Josi, explicando que além dos cuidados essenciais, como manter as vacinas em dia, a família tem um veterinário de confiança. “Ela é de grande porte e possui uma tendência a ter displasia de quadril, por isso cuidamos muito da alimentação dela, optando sempre por uma ração de qualidade com muitos nutrientes. Também a levamos para passear, pois é fundamental que realize atividades físicas”, explica Josi.
Já a Lila, uma cachorrinha da raça Shih-tzu de seis anos, reina na casa da empresária Deize Cortellassi e do médico José Carlos Cortellassi. Eles se esmeram em cuidados com a saúde da pequena Lila. “Temos cuidados especiais com a saúde dela, especialmente em relação à vacinação, à higiene e à alimentação. A Lila toma todas as vacinas regularmente, é desverminada a cada seis meses e também, quando necessário, faço a remoção do tártaro nos dentinhos. Semana passada eu a levei ao oftalmologista, pois tem os olhinhos vermelhos e descobrimos que ela tem distiquíase, que é o crescimento de alguns cílios fora do lugar e deve incomodar. Compro uma ração balanceada e ela não tem pulgas, mas já teve carrapato, que eu com alguma dificuldade consegui debelar”, explica Deize.
Eduardo diz
A minha é o xodó da familia. Matéria muito boa. Sempre importante estar atento e procurar se informar sobre a saúde dos nossos cachorros.