
Por Elisiê Peixoto
“A minha mãe costumava dizer que a casa dela era um lugar para onde eu sei que sempre poderia voltar. De certa forma, sustentada por essa afirmação, eu me sentia protegida. Algumas vezes, mesmo depois de casada e já com os filhos criados, busquei o aconchego da casa dela para me apoiar. Porque casa de mãe sempre será o melhor lugar do mundo para estar.”
Já tem algum tempo que não gosto tanto de comemorações de final de ano como eu costumava gostar. Sempre tenho um sentimento nostálgico, saudoso, com uma certa tristeza. Talvez porque as ceias de Natal e os réveillons foram por muitos anos comemorações felizes na casa dos meus pais, quando minha mãe passava o dia assando o peru, o tender e tudo o que se tem direito. E finalmente, servindo o bolo inglês que ela fazia dez dias antes e deixava envelopado no papel-alumínio e regado a rum. Mas ouso dizer, que de uns anos para cá, a minha motivação começou a voltar aos poucos e as decorações natalinas sempre ficam por minha conta. E eu adoro projetar, idealizar e montar. E receber!
Na virada do ano, reuníamos-nos novamente para a tradicional ceia e queima de fogos. E já com os meus filhos pequenos, que acabavam “reinando” até de madrugada com a família, fazendo planos para o ano que se iniciava. Minha mãe sempre foi animada e disposta para preparar grandes jantares, ela fazia questão de receber com pratos que variavam de assados a massas, farofa doce, arroz com cebolas caramelizadas, cuscuz, sempre um exagero as ceias da dona Norma.
Com o passar dos anos, a minha família, que sempre foi pequena, aumentou e diminuiu. Aumentou por conta dos meus filhos e foi acabando com a partida dos meus pais e alguns familiares que dividiam a mesa conosco. Sei que é o ciclo natural da vida, com toda família acontece isso. Alguns chegam, outros partem. Mas para quem tem uma família pequena como a minha, quando ela diminui, faz uma diferença incrível. A minha mãe costumava dizer que a casa dela era um lugar para onde eu sei que sempre poderia voltar. De certa forma, sustentada por essa afirmação, eu me sentia protegida. Algumas vezes, mesmo depois de casada e já com os filhos criados, busquei o aconchego da casa dela para me apoiar. Porque casa de mãe sempre será o melhor lugar do mundo para estar. E assim aconteceu por anos a fio, onde aconteciam a ceia de Natal e a ceia de virada de ano. Quando acabou, a minha motivação perdeu o foco. Ainda faço, eventualmente, na minha casa. Mas a árvore de Natal nunca terá o mesmo brilho daquela erguida na sala da casa dos meus pais. Mas insisto e
As ceias de Natal na casa da minha mãe tinham mais que um cheiro de assado vindo da cozinha. Tinham um clima de alegria e descontração, com a música natalina da televisão ligada, o barulho da parentada conversando e beliscando castanhas, figos e passas. Depois era o momento da Missa do Galo e da troca de presentes. Sempre próximo ao final do ano, corro abrir os álbuns de fotografias que resistem bravamente ao tempo. E fico folheando, lembrando com o coração apertado.
Creio que isso tenha a ver pura e simplesmente com amor. Eu mantive a tradição de ceias na minha casa (e procuro mantê-las até hoje) por amor aos meus filhos. De alguma forma, sei que a minha casa e o aconchego dos meus braços ainda são importantes para as minhas crianças adultas. Eles sabem para onde voltar. Eles têm a certeza absoluta de que estou aqui para o que der e vier. Se existe alguma docilidade em mim, ela existe por conta dos meus filhos, um vínculo que irá nos acompanhar para sempre.
Sim, continuarei realizando as festas de final de ano quantas vezes for preciso. Quem sabe, com a chegada de futuros netos, a motivação cresça e os talheres e pratos irão precisar de um aparador maior. Na verdade isso pouco importa: o que comer, o que beber. Estar junto às pessoas que amamos, nos preenchendo da presença uns dos outros, é o que deveria bastar.
Simplesmente, porque a gente precisa saber aproveitar enquanto a mesa está completa. Feliz Natal e Feliz 2025!
Muito boa sua crônica. Também eu me sinto nostálgica nessa época. E já não tenho o mesmo ânimo para organizar a festa familiar. Mas tenho uma irmã, a Fatima que faz isso maravilhosamente bem. É agregadora, gosta de receber, prepara a casa, reúne a família, filhos, netos e agregados sem se importar com a trabalheira e com a confusão. Para mim é mais um momento impar de reunir meus filhos e daqui para frente os netos gêmeos que estão chegando e termos, além das festas com todos da família, momentos de prazer e conversas intimas. Que venham mais anos para comemorar. Feliz 2018
Lindo Elisie! Empresa passei os Natais na casa dos meus pais, mas agora me.divido mais 3 filhos,cada um morando em um lugar… Está difícil juntar todos…. mas..é a vida que segue…Feliz 2018!!
Elisiê, a alegria da Norma, a vaidade e o capricho com cada um dos detalhes, e a disposição dela para receber são lembranças vivas na minha memória. Tenha certeza querida que você, ao seu modo , reproduz esse aprendizado que teve com ela. Lindo seu texto, suas lembranças que de alguma maneira reproduz lembranças de vida de várias famílias.
Lindo! Que a gente não perca a vontade de continuar fazendo o que aprendemos com nossas mães. Feliz Ano Novo!
Que crônica linda Elisiê! 💖
Me identifiquei muito com você…
Nossos Natais e Réveillons já foram recheados de mais alegria!
Mesmo tentando resgatar a alegria meio perdida no tempo ,mesmo feliz com as presenças dos presentes enviados por Deus, netos, genro e nora, a tristeza das “perdas” falam muito alto ao meu coração.
Apesar de tudo, continuo preparando a Ceia ,a mesa com todo capricho e disposição tentando suprir as lacunas deixadas pelo tempo…
Muita nostalgia e maravilhosas lembranças no 💖
Bela reflexão… como sempre. Nossas mães são muito parecidas, sempre pensei isso… me deu uma nostalgia boa agora… obrigado. Bj.
Linda sua crônica. Me levou ao passado à casa de meus pais, com meus filhos pequenos com Natal comemorado com a alegria que não sinto mais.Parece que tudo foi perdendo a cor.Me lembrei da Norma, da sua alegria e disposição no preparo de jantares e festas. Enfim , o tempo passou. Feliz2018!
Emocionante ❤Saudades da alegria da amada tia Norma…festeira que só ❤É bem.isso q vc descreveu…ceia de Natal e Ano Novo é puro amor ❤E vamos fazer muitas ainda p nossas crianças gdes e seus filhos .😍😍😍😍Amei a crônica !!!
Lindo Elisie,mais uma vez emocionada!!!Acho hoje tudo tão diferente,mudamos com o passar do tempo,mudaram as festas;os costumes;os personagens…..ficam as lembranças.
Parabéns ,Elisie❣️Chorei emocionado ao ler sua crônica …vivi minha estória !
Até ano retrasado ,meus Natais ainda tinham algum sentido ( mãe ,filha e netos )reunidos com os daqui 😍Ano passado ,já quase sem entusiasmo ,preparei a festa (mãe descansou e filha e netos não vieram ) mas …..e os daqui ? Bora festejar !Esse ano 😔ah esse ano ….mesmo sem animo nenhum ,preparei ,again !5adultos e 1 netinho ….valeu ! Cça nos faz esquecer ,nem que seja por momentos ,a saudade e a tristeza !
Qdo lembro dos Natais ,aqui em casa ,com +ou- 30/40 pessoas ,penso o pqde não tê- Laos aproveitado mto + 😍Que falta me fez minha mãe ,Aline ,DNA Gilka e família ,Sandra ,Arlete ….e por aí vai . É, tenho que ap
render que os Natais não serão mais os mesmos ! Vou me reinventar !!!!
Obrigada ,pelo texto e desculpa o desabafo ❣️
2018 de mta luz e paz na sua família ❣️👄👄🥂🍾🍀🦋
Querida Neusa, o tempo passa e as recordações vão aumentando. Também sinto muita falta e sei da sua saudades da Aline, que mora longe. A vida aproxima alguns e leva outros para longe. Recordo-me das lindas festas que vocês realizavam! Também tenho um grupo de amigas, nos conhecemos desde os 14 anos, acredita? E a gente se vê quase que semanalmente! Bons amigos sempre vão ter a porta da nossa casa aberta! Desejo um excelente ano novo para você! E manda um beijão pra linda Aline! obrigada por sempre ler as minhas crônicas! Elisiê
Saudades da tia Norma..como vc disse, sempre animada. Nao me lembro de chegar em sua casa e ela nao servir um bolo, sempre arrumada e maquiada fosse a hora q fosse. Lindo e emocionante texto. Bjos com amor
Querida Elisiê! dizem que recordar ė viver, pois eu, inspirada na leitura de sua crônica , revivi momentos de alegria mas ao mesmo tempo de nostalgia, relembrando momentos do passado, com meus familiares, ao redor de uma Ceia de Natal e de Ano Novo…. porém minha amada amiga , foram momentos onde a família estava, sem exceções, com todos seus membros ao redor de uma mesa farta: quanto rIso e tanta alegria….Hoje minha querida nos basta apenas relembrar. ….
Abraços fraternos com meus desejos de um novo ano de 2018 de alegria e realizações.
Sonia queridaaa, feliz Ano Novo!! O tempo faz isso, mas graças a Deus temos boas recordações. beijao e não desapareça! Vá nos ver no ateliê! Feliz Ano Novo! Elisiê
Que lindo Elisie!!! Vc disse tudo! Desejo um Feliz 2018! Que seja muito próspero e abençoado! 🙏🏻✨🎉😍🥂🥂
Adorei Elisie!!! Lembrei da alegria que representava a comemoração em família do Natal e do Ano Novo com meus pais ( e a minha família sempre foi muito grande né…) Hoje, como vc, continuamos com a tradição de nos reunir já com um pouco de nostalgia pela ausência deles mas com ótimas recordações . Parabéns e um ano cheio de alegrias!!! ❤️❤️❤️
Adorei Elisie! Vc me fez lembrar da alegria que representavam as comemorações em família de Natal e Ano Novo com os meus pais – e o entusiasmo da minha mãe parecido com o de d. Norma!!! Hj continuamos com a tradição de nos reunir (os seis filhos e suas famílias) mas com sabor de nostalgia pela ausência deles, mas com boas recordações, graças a Deus!
Como sempre … parabens!!! E um ano abençoado!! ❤️❤️❤️
O gosto da saudade deste delicado texto e a lembrança de pessoas especiais como seus pais são inspirações para desejar muita alegria neste ano que inicia.
FELIZ ANO NOVO 🤩🤩