O luto virou rotina em nossas vidas. E como devemos enfrentar a perda de pessoas queridas, as privações que estamos tendo que superar nessa Pandemia, como explicar para as crianças que neste momento elas não podem sair para ir à escola ou ir brincar com os amiguinhos? A psicanalista Berbel, nesta matéria fala, sobre estas questões tão importantes para o bem-estar e saúde emocional das pessoas
Por Claudia Costa
A vida é finita e todos nós sabemos que um dia iremos morrer, mas a pandemia do Coronavírus está infelizmente, antecipando a partida das pessoas.
Há mais de um ano o mundo vive um momento trágico e de tensão com a perda de milhares de vidas. Muitas pessoas achavam que a Pandemia do Covid19 seria um momento passageiro e que logo seria superada. Mas não foi o que aconteceu e o ritmo da vacinação no Brasil não está tão rápido como deveria. E com várias mutações da Covid-19, a letalidade da doença está muito grande.
Os mortos estão se avolumando e já superamos a marca de 312.299 óbitos (dados do Consórcio de veículos de comunicação de 28 de março). De norte a sul do Brasil, desde as maiores até as pequenas cidades estão tendo muitos casos de Covid. Conviver com a morte virou uma triste rotina para todos os brasileiros. E como enfrentar a perda de pessoas queridas, viver o luto, as privações que estamos tendo que enfrentar para poder superar essa Pandemia, como falar sobre a doença com as crianças que já não podem sair para ir a escola ou ir brincar com os amiguinhos? Nesta entrevista, a psicanalista Stella Berbel aborda essas questões que são tão urgentes e fundamentais para o bem-estar e a saúde emocional das pessoas.
“ O quanto a vida mudou! Estamos preparados para isso? Vale a reflexão. Vivemos diariamente com o luto, seja de nossa própria liberdade, seja pela perda dilacerante de alguém. Por que será que temos um discurso maciço e empolgante pelos “direitos iguais” e vivemos algo bem diferente na prática?
Qual a dificuldade em entendermos que o uso correto da máscara, o isolamento em casa, distanciamento social é para nos protegermos do contágio, inibindo a proliferação do vírus e não um castigo, ao qual podemos burlar?
Muitos profissionais estão neste exato momento dando a vida para nos salvar da morte. Há destruição, algumas vezes da família inteira, muitos sequelados fazem com que passemos do sofrimento à culpa. Passa-se tempo tentando arranjar um responsável para tudo o que está acontecendo, mas podemos ser mais efetivos e reconhecer que simples gestos podem ser medidas protetivas poderosas contra o vírus e a dor.
Podemos ajudar a nós mesmos e ao próximo? Valores como solidariedade, compaixão, amor, aceitação e respeito às regras são fundamentais neste momento de crise. Se fossemos mais ágeis em nos ajudar que em nos destruir, estaríamos talvez vivendo de forma distinta esse período e quiçá inibiríamos falências, suicídios, desesperança e, porque não, mortes.
Será que tudo isso importa? Depende. Quanto vale uma vida?”, questiona Stella Berbel.”
** Agradecimento à Andressa Berbel pela gravação do vídeo.
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