
Por Claudia Costa
A Gi é uma cachorra muito dócil da raça border collie. Ela tem 9 anos e anda pelas ruas do bairro em que mora, em Londrina, sempre solta e na companhia do seu “papai”, o Dirceu Perre. Eles moram em apartamento, por isso a cachorra é levada para passear pelo menos três vezes ao dia.
Dirceu Perre conta que conheceu a raça border collie através de em casal de amigos, Walassi Aires e Tathyane Kovacs Aires: “eles tinham a Jay, uma simpática e dócil cadela. Várias vezes eles iam na minha casa para fazermos um churrasco e eu pedia para levarem a Jay. Aos poucos, eu fui amadurecendo a ideia de ter um border collie”, explica.
Segundo ele, após pesquisar bastante identificou em Leme (cidade do interior de São Paulo) um canil devidamente legalizado: “eu encomendei a Gi, acompanhei o nascimento da ninhada através de fotos e, após 60 dias, fui para Leme buscá-la”, diz, salientando que não compraria mais um animal: “hoje eu não compraria um cachorro como o fiz (pesquisar pedigree, encomendar, etc). Eu adotaria um cão”, ressalta o “papai” da Gi.
Dirceu explica que pesquisou bastante sobre como cuidar de um cachorro para que o seu animal tivesse uma vida efetivamente boa e feliz: “durante as pesquisas, descobri que nomes curtos são mais fáceis para chamar a atenção, assim foi definido o nome “Gi”, conta Dirceu.

Quem vê os passeios deles pode observar Dirceu brincando com a cachorrinha. Ele joga um pedaço de madeira e a manda buscar, o que ela faz prontamente. Desde pequena a border collie recebeu treinamento de Dirceu: “nos primeiros dias em casa, a Gi aprendeu coisas básicas como fazer suas necessidades somente nos passeios, sentar, dar a patinha, ficar de pé, rolar. À época, busquei ajuda de um profissional para ensiná-la a não latir, já que moramos em um apartamento. Três sessões com o adestrador foram suficientes para resolver a questão. Hoje em dia, a Gi só late quando eu fico irritado com ela”, diz o “papai”, todo orgulhoso da inteligência da sua border collie.
Dirceu Perre é diretor da Happy Code School (Unidade de Londrina) e da Ondemand Academy. Ele acredita que sua cachorra se vê útil ao ir buscar coisas o tempo todo como graveto, bolinha, brinquedinhos/bichos cujo nome ele diz: “eu a mantenho ativa”, ressalta.
Adestrando a Gi
Muitas pessoas abordam Dirceu para ele explicar como consegue controlar Gi, pois ela passeia solta, sem guia. Ele leu muitos livros e assistiu vários vídeos para aprender como adestrar e ensinar a cachorra a obedecer o seu comando: “quando me perguntam sobre como fiz para treiná-la, geralmente enfatizo: somente ande sem guia se confiar 100% no seu cachorro. E para tanto, há um processo que leva tempo. Comecei a treinar a Gi para andar sem coleira desde filhote. Nós íamos em espaços amplos e seguros como na casa dos meus pais, onde existe um quintal bem grande e assim ela foi se acostumando. Depois com o avanço, através da coleira-peitoral, eu amarrava uma cordinha de 10 metros de comprimento, e deixava ela solta (geralmente no aterro do lago Igapó em Londrina). A Gi saia brincando e correndo, eu a chamava e, quando ela não atendia, pisava na corda e ela tinha que parar. É preciso ter bom senso e conhecer bem o seu animal para não machuca-lo. E após três anos de treinamentos diários foi possível confiar que ela me obedeceria totalmente”.
Neste meio tempo,aconteceram algumas evoluções, como por exemplo, treinar a border collie para esperar o momento de atravessar a rua: “ela obedece o meu comando de “vai” para atravessar a rua. Também a treinei para não ir ao encontro de outros animais que estão do outro lado da rua, não responder às pessoas chamando (fora as que ela já conhece)”, exemplifica Dirceu Perre.
No entanto, já aconteceu um incidente que poderia ter sido mais sério, mas que felizmente ficou somente no susto. Durante um passeio perto da barragem do lago Igapó, uma pessoa soltou fogos de artifícios. A cachorra, que tem medo de fogos, saiu correndo e atravessou a rua: “eu gritei e ela parou; após o incidente, fiz um treinamento específico para fogos, objetivando atenuar esse risco”, salienta Dirceu.
Tratamento vip
A border collie só come ração de qualidade e toma banho apenas em pet shop: “a Gi entra sozinha no Pet Store e sempre foi muito tranquilo, sem nenhum tipo de problema”.
A cachorra também já aprontou algumas travessuras: “ela pegou um remédio de cima da mesa, comeu e quase morreu. A Gi já entrou duas vezes em carros de pessoas desconhecidas, pois estavam estacionados com a porta aberta. Ela adora passear. Além disso, não pode ver uma piscina que já vai pulando.
A Gi é parcialmente banguela, não tem os dentes de baixo da parte da frente, pois ao buscar uma bolinha bateu na cabeça da Jay e quebrou os quatro dentes. “Neste mesmo dia, ainda cheia de sangue ela pulou na piscina para brincar com a Jay”, relembra Dirceu.
A raça border collie
Esta raça foi desenvolvida na região da fronteira anglo-escocesa na Grã-Bretanha para o trabalho de pastorear gado ovino. Popular em seu país de origem, é considerado a raça de cães mais inteligente do mundo, de acordo com o livro de Stanley Coren.
O Border Collie tem porte médio e muita energia. Adora praticar alguma atividade, por isso, tem conquistado cada vez mais tutores que buscam um companheiro para rotinas mais agitadas.
Fotos e vídeos: arquivo pessoal
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