Por Elisiê Peixoto
Minhas boas amigas não seguraram apenas as barras, mas seguraram a minha mão. Elas não apenas emprestaram um tempo para o desabafo, mas emprestaram os ombros. Não seguraram o tranco comigo, mas me reergueram quando desmoronei. Brindaram minhas vitórias, das menores às maiores. E, até hoje, basta um telefonema para todo o mundo correr e ajudar. Sempre foi assim.
Assistindo pela “milésima” vez ao filme “Simplesmente Complicado”, protagonizado por Meryl Streep e Alec Baldwin, tem uma cena que considero genial, quando Jane (Meryl Streep) reúne-se com as amigas em sua casa para um jantar e confidenciar um segredo. E todas comemoram. Aquela cena é exatamente a que eu e minhas amigas mais chegadas já vivemos por diversas vezes ao longo de mais de 30 anos de amizade.
Sim, tenho amigas que encontro mensalmente, algumas semanalmente, amigas desde os 15 anos de idade. Vivemos muitas histórias juntas, desde a adolescência até agora, tornaram-se avós, outras estão separadas e casadas novamente, algumas ficaram viúvas ou solteiras, mas todas se mantendo firmes nas adversidades e nas vitórias da vida. Tenho bons amigos também. Mas hoje quero escrever apenas sobre elas, minhas boas amigas, confidentes, mais que irmãs, presentes nos momentos cruciais que enfrentei.
Uma história de vida com boas lembranças é recheada de momentos com amigos. Se a gente pensar bem, os amigos são uma coisa muito séria porque nos momentos tristes são eles que nos mantêm estruturados, nos momentos felizes comemoram como se acontecesse com eles. Minhas boas amigas não seguraram apenas as barras, mas seguraram a minha mão. Elas não apenas emprestaram um tempo para o desabafo, mas emprestaram os ombros. Não seguraram o tranco, reergueram-me quando desmoronei. Foram presentes na ausência, guardaram uma confissão, falaram o que eu precisava ouvir. Brindaram minhas vitórias das menores às maiores. E, até hoje, basta um telefonema para todo o mundo correr e ajudar. Sempre foi assim.
Nunca ficamos longe. E é via de mão dupla, quando não é a casa de uma é a casa de outra, quando não é a casa de ninguém, é um vinho ou um cafezinho em qualquer lugar desse mundo. Ninguém desaparece, e sim permanece. É exatamente isso que eu admiro nelas. Estão sempre dedicadas na atenção, buscam ajudar, ninguém faz “corpo mole”, todas têm tempo para um “oi”.
Amigas nem sempre têm todas as respostas, algumas são até mais frágeis e há aquelas que só escutam. Uma boa amiga basta estar do lado que o coração sossega.
O bom da vida é que o tempo passa, as mudanças acontecem e a gente jamais duvida de uma boa amiga. Alguns maridos vão embora, filhos mudam de casa, família se distancia, netos crescem. Amiga verdadeira está lá, observando cada momento, dividindo tristezas, mas, acima de tudo, duplicando alegrias. E só por isso já valeu a pena.
Silvia diz
Que lindo!! Agradeço a Deus por ter colocado na minha vida verdadeiros ANJOS DA GUARDA. Você é uma amiga especial e mora no meu coração.