Por Claudia Costa
O estilo de vida das pessoas mudou muito no último século, adquirindo hábitos não muito saudáveis para a sua saúde. O aumento da ingestão de alimentos industrializados pobres em fibras, a realização de pouca ou nenhuma atividade física e a ingestão de pequena quantidade de líquido comprometem o funcionamento do intestino. Esses são os principais fatores para o aparecimento da doença diverticular. Os divertículos são saculações (pequenos sacos) que surgem na parede do intestino grosso. A doença diverticular é provocada pela falta de fibras na dieta alimentar. São as fibras que ajudam a criar volume fecal maior e as contrações do cólon. As complicações da doença diverticular podem ser evitadas por um estilo de vida saudável, com exercícios regulares, dieta balanceada rica em fibras, ingestão farta de líquido e um hábito intestinal regular, evitando a constipação.
O médico coloproctologista Marison José Koji Uratani explica que a doença diverticular é silenciosa. “O que leva a pessoa a ter a doença diverticular é uma pressão excessiva dentro do intestino grosso.” O diagnóstico da doença é realizado por meio de exames de imagem: colonoscopia, ultrassom ou tomografia. Os principais sintomas da doença diverticular são dor abdominal (habitualmente localizada no quadrante inferior esquerdo), diarreia, cólicas, alteração dos hábitos intestinais e, eventualmente, hemorragia retal severa. A grande maioria dos pacientes necessita de tratamento clínico baseado, principalmente, na correção dos hábitos alimentares e eventualmente no uso de analgésicos. O fator mais importante na correção dos hábitos alimentares é o aumento da ingestão de fibras (legumes, verduras, frutas e grãos) na dieta.
Segundo dados da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, estima-se que aos 50 anos de idade metade da população, homens e mulheres, tenha divertículos assim como praticamente todos aos 80 anos. Os pacientes portadores de diverticulose são assintomáticos. Uma pequena parcela destes apresenta algum sintoma, principalmente dor abdominal e mudança no hábito intestinal, passando a apresentar a doença diverticular.
“Já a diverticulite é quando o divertículo inflama. É uma complicação da doença diverticular. É uma enfermidade que pode entupir e perfurar o intestino, vazar uma quantidade de fezes para dentro da barriga, causando uma infecção, dentre outras complicações”, explica o médico Marison Uratani.
Os principais sintomas da diverticulite são o mal-estar geral, dor permanente no abdômen, febre e parada do funcionamento intestinal. O paciente deve procurar o médico o mais breve possível.
Nesta entrevista ao portal especialista salienta a importância da prevenção dessas enfermidades por meio de uma alimentação rica em fibras. Uratani explica que não existe uma frequência ideal para o funcionamento do intestino. “O que importa não é a frequência, mas a qualidade da evacuação, assim como não ir ao banheiro quando sente vontade e também inibir a emissão de gases (flatulência). Esses comportamentos fazem com que o nosso intestino funcione mal. Tudo que é feito para segurar não é bom”, explica Marison Uratani, salientando que a maioria dos brasileiros não sabe que deve fazer exames preventivos do intestino grosso. “Em países como os Estados Unidos e Japão as pessoas sabem que devem fazer exames preventivos aos 50 anos.”
Mais Fontes:
Sociedade Brasileira de Coloproctologia
https://portaldacoloproctologia.com.br/doencas/doenca-diverticular/
Hospital Sírio-Libanês
Agradecimentos:
Revisão de textos: Jackson Liasch – e-mail: jackson.liasch@gmail.com)
Captação das imagens (vídeo): Lucas Costa Milanez
Lucita diz
Claudia querida , muito obrigada . Como sempre vc nos traz informações riquíssimas , Essa em especial à nossa saúde e bem estar . . Abraço carinhoso .
Claudia Costa diz
Obrigado Lucita pelo apoio. Beijos!!!