O meu testemunho nesta matéria é para alertar as pessoas sobre a importância dos exames preventivos e do diagnostico precoce. Em um exame de rotina, descobri que eu tinha uma “pedreira” na minha vesícula. Em poucos dias, realizei vários exames para excluir outras doenças e passei por uma cirurgia para retirada da vesícula por videolaparoscopia. O procedimento, realizado pelo cirurgião do aparelho digestivo, dr. Milton Ogawa, foi realizado no Hospital Gastroclínica. A cirurgia durou 40 minutos e recebi alta no mesmo dia.
Por Claudia Costa
Desde a adolescência eu sempre tive problemas de má digestão, gastrite e refluxo, questões importantes que devem ser valorizadas. Entretanto, quando convivemos muito tempo com alguns sintomas eles passam a ser considerados “normais’, o que de fato não são.
Anualmente, realizo meus exames preventivos e este ano um sinal de alerta acendeu. Em um exame de rotina, o médico ultrassonografista identificou que a minha vesícula estava com muitas “pedrinhas”. Como toda jornalista curiosa fiquei surpresa com aquelas luzinhas brilhantes que apareceram no exame. Eu não conseguia dimensionar a quantidade de pedras, só fui perceber isso quando recebi o material retirado na cirurgia, conforme foto postada abaixo.
A vesícula é um órgão do sistema digestivo que se localiza no lobo inferior do fígado e é responsável pelo armazenamento de bile. Por vezes, ao invés de somente bile, também podem se formar pedras no interior desse órgão do paciente, já que é na bile que consiste a mistura de várias substâncias. Uma delas é o colesterol, responsável por mais de 75% dos casos de pedra na vesícula, e que acaba resultando em sintomas diversos como dor abdominal, febre e até mesmo vômitos e náuseas.
Sintomas de pedra na vesícula
Algumas pessoas com pedra na vesícula podem não ter nenhum sintoma, enquanto outras enfrentam uma dor intensa e descontínua. Entretanto, isso depende do tamanho dos cálculos e de sua localização.
Os principais sintomas observados são:
- Dor na parte superior e central do abdome ou no quadrante superior direito;
- Mal-estar;
- Náuseas;
- Intolerância quando ingerem alimentos gordurosos;
- Vômitos (acompanhados de dor abdominal).
A cólica biliar provocada pela presença do cálculo no duto persiste enquanto a pedra estiver lá. Em alguns casos, a pedra volta para a vesícula ou é empurrada para o intestino. Quando isso ocorre, a crise dolorosa diminui. Se isso não ocorrer, a dor persistirá até a remoção cirúrgica da vesícula.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de cálculo biliar é realizado através do exame de ultrassom de abdome total, que mostra a presença dos cálculos. O médico também poderá pedir alguns exames de sangue para medir a quantidade de bilirrubina e de enzimas pancreáticas.
A partir do diagnóstico do ultrassom, me consultei com o dr Milton Ogawa, cirurgião do aparelho digestivo, que me solicitou outros exames como endoscopia e colonoscopia, além de vários exames de sangue. A decisão de retirar a vesícula já estava decidida, porém precisava afastar outras complicações.
A retirada da vesícula não provoca nenhum problema, pois a bile continuará sendo produzida pelo fígado e sendo lançada no intestino.
Pode parecer que o cálculo é inofensivo, porém, se ele bloquear o fluxo da bile para o intestino, causará um quadro inflamatório.
A vesícula biliar é um órgão em forma de saco localizado junto ao fígado. Sua função é armazenar a bile, líquido produzido pelo fígado que atua na digestão dos alimentos. Da vesícula, a bile é lançada no intestino, onde vai desempenhar um papel importante na digestão.
Segundo Milton Ogawa, o esvaziamento inadequado da vesícula pode formar pequenos cálculos. Esses podem obstruir o fígado, levando a problemas sérios como a hepatite e a pancreatite
Fatores de risco
Mulheres em idade fértil ou com mais de 40 anos são mais propensas a ter cálculos biliares;
- Obesidade;
- Dieta rica em gordura e pobre em fibras;
- Terapia com estrógenos;
- Predisposição familiar e antecedente pessoal de anemia hemolítica
A bile, produzida no fígado e armazenada na vesícula, é uma combinação de várias substâncias, incluindo o colesterol, que é o maior responsável pela formação de cálculos.
O tratamento para cálculo biliar é realizado através da remoção cirúrgica da vesícula biliar, procedimento chamado de colecistectomia. Tecnicamente, não é viável retirar apenas os cálculos, e além disso, podem se formar novas pedras no futuro. A cirurgia é geralmente realizada por videolaparoscopia, com anestesia geral, e, em geral, a recuperação é rápida.
Complicações
A presença de um cálculo na vesícula biliar pode desencadear algumas complicações. São elas:
- Colecistite: ocorre quando um cálculo bloqueia o canal que leva a bile da vesícula até o intestino (duto cístico) causando uma inflamação. No quadro mais grave, a inflamação gera o acúmulo de pus e dá origem à peritonite (inflamação do tecido que reveste a parede interna do abdome);
- Fístulas: são perfurações no intestino delgado ou cólon;
- Coledocolitíase: cálculo no duto que transporta a bile (duto biliar);
- Colangite e papilites: inflamação das vias biliares;
- Pancreatite: inflamação no pâncreas.
- Vômitos (acompanhados de dor abdominal).
A cólica provocada pela presença do cálculo no duto persiste enquanto a pedra estiver lá. Em alguns casos, a pedra volta para a vesícula ou é empurrada para o intestino. Quando isso ocorre, a crise dolorosa diminui. Se isso não ocorrer, a dor persistirá até a remoção cirúrgica da vesícula.
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