Por Claudia Costa
Azia, queimação, tosse seca, regurgitação, náusea e dor de garganta após as refeições são alguns dos sintomas do refluxo, uma doença que atinge mais da metade da população brasileira. Isto é o que revelou um estudo realizado pela Federação Brasileira de Gastroenterologia, durante a 17ª Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, realizada em novembro em São Paulo. O levantamento foi feito com mais de três mil pessoas, de ambos os sexos, em todas as regiões do País. Segundo a pesquisa, o grupo que mais sofre com a condição são mulheres obesas, sedentárias e fumantes entre 36 e 47 anos.
A doença do refluxo gastroesofágico (DGRE), popularmente conhecida por refluxo, consiste na volta do alimento do estômago para o esôfago, juntamente com ácido gástrico, ao invés de seguir o fluxo normal da digestão, causando desconfortos, como azia e queimação. Esse movimento irrita os tecidos que revestem o esôfago, causando os sintomas. É provocada por uma falha no esfíncter esofágico inferior, que funciona como uma válvula que não deixa o alimento digerido retornar ao esôfago.
Fatores de risco
Alguns fatores aumentam as chances de uma pessoa apresentar a doença do refluxo gastroesofágico, como obesidade, gravidez, hérnia de hiato, tabagismo, asma, diabetes, esclerodermia e outros distúrbios do tecido conjuntivo, uso de certas medicações, como betabloqueadores e broncodilatadores, dentre outros.
Uma pessoa diagnosticada com o problema pode ter a sensação de que o alimento está preso na garganta e pode sentir os sinais da doença aumentarem ao se curvar, inclinar para a frente, ficar deitado ou comer. Os sintomas também costumam ser piores à noite e podem ser aliviados com antiácidos.
O diagnóstico pode ser realizado por meio de exame clínico, de PHmetria (exame que mede o pH dentro do esôfago, feito com uma sonda especial, sem sedação) e de endoscopia digestiva (que examina a mucosa do esôfago, do estômago e do duodeno).
Tratamento e prevenção
O tratamento para refluxo gastroesofágico envolve mudanças alimentares (evitar alimentos gordurosos, que dificultam a digestão, e também os condimentos), no estilo de vida e o uso de medicamentos (antiácidos, inibidores de produção de antiácidos, aceleradores do esvaziamento gástrico e protetores gástricos). Em casos mais graves, pode ser indicada uma cirurgia para correção do problema. O paciente que possui refluxo deve evitar deitar-se após a alimentação e também não ingerir líquido durante as refeições. O médico especialista identificará qual o melhor tratamento.
Terapia Stretta – radiofrequência
A equipe médica do Hospital Gastroclínica de Londrina é a primeira no interior do Paraná a realizar a Terapia Stretta, que utiliza a radiofrequência para tratamento do refluxo gastroesofágico. O procedimento foi realizado no último dia 24 de janeiro pelo médico endoscopista Leonardo Oba, com o auxílio do doutor Cezar Sato e demais membros da equipe do hospital. O paciente foi Ademir Bragagnolo, um bancário de 57 anos. “Antes de partir para um procedimento cirúrgico, preferi passar por esse tratamento de radiofrequência que é menos agressivo”, explicou Ademir, que já havia realizado duas cirurgias para tratamento de hérnia de hiato mas o problema do refluxo persistia. O bancário teve alta no mesmo dia.
O tratamento, realizado por endoscopia, durou aproximadamente 45 minutos, com anestesia geral. A Terapia Stretta consiste na emissão de energia de radiofrequência que estimula o crescimento do músculo ao longo do tempo, reduzindo os episódios de refluxo. Segundo Leonardo Oba, o paciente sentirá a melhora após três meses, quando ocorrerá a retirada total da medicação sintomática.
Na terapia é utilizada uma sonda com agulhas que emitem radiofrequência no músculo entre o estômago e o esôfago. É um procedimento não cirúrgico, ambulatorial, que trata a causa subjacente do refluxo – um músculo fraco. Este tratamento tem reduzido significativamente os sintomas, eliminando ou reduzindo a ingestão de medicamentos que controlam a liberação de ácidos, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.
O tratamento foi tema de diversos estudos, incluindo um acompanhamento de até 10 anos, e recebeu a recomendação da Sociedade de Cirurgiões Gastrointestinais e Endoscópicos Americanos (SAGE – Society of American Gastrointestinal and Endoscopic Surgeons). A doença do refluxo gastroesofágico é a enfermidade com diagnóstico ambulatorial mais frequente nos Estados Unidos.
Fonte:
https://noticias.r7.com/saude/mais-da-metade-dos-brasileiros-sofrem-de-refluxo-mostra-estudo-23112018
Revisão:
Jackson Liasch (fone (43) 99944-4848 – e-mail: jackson.liasch@gmail.com
Carlos Eduardo diz
Faz 68 dias que fiz o tratamento stretta e ainda não sinto melhora, é normal?