
Por Elisiê Peixoto
Ah! Como eu amo essa época natalina, tão inspiradora! Minha mãe enfeitava o prato com raspas de laranja, cravo, cereja e um delicado contorno de fios de ovos. Quando criança, eu achava aquela travessa tão linda e colorida, com um aroma tão maravilhoso, que acabou marcando toda a minha infância e adolescência. Até hoje, é o que mais gosto de comer nas ceias natalinas.
Há quem diga que o Natal tem um “quê” de hipocrisia — que pessoas que mal se toleram acabam trocando abraços, que familiares que passam anos sem conversar distribuem sorrisos. Mas eu não penso assim. Acredito que o Natal tem uma certa magia, capaz de aproximar as pessoas, promover reconciliações ou, ao menos, inspirar reflexões. Acho que todos chegam imbuídos de boa vontade e encontram, nesse clima natalino, um impulso para reconstruir sentimentos quebrados, aproximar quem está distante e deixar aflorar aquele nosso lado mais leve, quase infantil. A gente tem que comemorar o Natal, “nem que seja com uma macarronada”, como dizia meu avô Sinésio.
Dias atrás, folheando alguns álbuns de fotografias — nas quais as ceias de Natal eram primeiro na casa da minha mãe e depois passaram a ser na minha —, reparei nas pessoas que não estão mais conosco, que já partiram; nas crianças que hoje já estão casadas; nos meus pais, que adoravam as festas de fim de ano e faziam o possível para torná-las inesquecíveis. Tudo isso permanece gravado na minha mente e no meu coração.
O Natal tem essa beleza: a gente celebra, brinda, registra. Um dia, serão os meus netos que farão o mesmo ao olhar fotos num pendrive — ou seja lá no que existir até lá. Mas não importa. Tenho certeza de que estarão cercados de boas memórias para contar, rir e recordar. E, se depender de mim, sempre será assim.


Penso exatamente assim !Os Natais , tb , eram na casa da minha mãe e, depois , eu continuei por anos ! Agora , só passo com um dos filhos 😰O outro vai prá Alemanha, passar com a irmã ( graças à Deus…Aline fica com alguns da família) C’est lá vie ❣️
verdade amiga, depois que eles casam ou mudam de cidade, tem que ajustar tudo para reuni=los. Quando se mora na mesma cidade é tranquilo, mas filhos e netos longe, requer organização. É necessário se esforçar para estar com a família, para que o sonho jamais acabe. Família é família. um beijo pra você e para os fihos”.