A médica veterinária Mônica Toshimitsu explica sobre a importância de adotar ações preventivas proteger os cães. Nesta entrevista ao Portal IDEIA DELAS a veterinária fala sobre a doença do carrapato e a leishmaniose.
Por Claudia Costa A doença do carrapato ,também é Conhecida como hemoparasitose, é transmitida pelo carrapato marrom (Rhipicephalus sanquineus ) e pode se apresentar de duas formas: a erliquiose (erlichiose) e a babesiose.
Não existe vacina contra a doença do carrapato, mas existe tratamento e cura, porém ela também pode ser fatal.
A Erliquiose(ou Erlichiose) é uma doença infecciosa severa que acomete os cães, causada por bactérias do gênero Ehrlichia, sendo a principal a Ehrlichia canis. É uma doença mais comum durante o verão, já que os carrapatos precisam de calor e umidade para se reproduzir. É sempre importante consultar um veterinário assim que seu cachorro se mostrar apático, triste, prostrado e diferente do normal.
Já a Babesiose é causada pelo protozoário Babesia canis, que infecta e destrói os glóbulos vermelhos (diferente da Erliquiose, que é causada por uma bactéria que destrói os glóbulos brancos). Existem produtos tópicos e medicamentos que ajudam na prevenção da doença.
A veterinária salienta que existem medicamentos tópicos e sistêmicos para evitar que o cachorro pegue carrapato. ”Quando acontece a infestação , além de tratar o animal é importante fazer uma dedetização do ambiente onde ele vive”, salienta Mônica Toshimitsu
Leishimaniose
A leishmaniose é uma doença infecciosa não contagiosa, causada por parasitas do gênero Leishmania. Existem dois tipos de leishmaniose: a leishmaniose tegumentar (ou cutânea) e a leishmaniose visceral (ou calazar). A primeira é conhecida como “ferida brava” e caracteriza-se por feridas na pele; já a leishmaniose visceral é sistêmica e ataca órgãos internos, principalmente o fígado, o baço e a medula óssea.
A Leishmaniose é transmitida pela picada de mosquitos, a enfermidade pode causar problemas dermatológicos (perda de pelos em focinho, orelhas e região dos olhos), crescimento anormal das unhas, emagrecimento progressivo, anorexia, e dependendo das complicações e da evolução do quadro, o animal pode morrer.
A transmissão da Leishmaniose Visceral Canina ocorre pela picada das fêmeas infectadas do Lutzomyia longipalpis, conhecido como “mosquito-palha” ou “mosquito pólvora”.
Mordidas, lambidas, arranhões e contato físico não passam leishmaniose de cães infectados para humanos. É necessário o inseto, para que possa haver a transmissão e transformação do parasita.
Pesquisa avalia vacina para cachorros no combate a leishmaniose
Fonte: Fiocruz Bahia
Uma das estratégias recentes no combate à leishmaniose visceral (LV) é o abate de cachorros que contém o parasita responsável pela doença, porém esse método de controle não tem sido efetivo. Com isso, pesquisadores constataram que a medida imunoprofilática através da vacina Leish-Tec® tem um efeito favorável no combate à doença somente em animais que não estão em áreas de alta transmissão, necessitando de melhorias. Os resultados foram publicados na revista PloS ONE.
O artigo Field trial of efficacy of the Leish-tec® vaccine against canine leishmaniasis caused by Leishmania infantum in an endemic area with high transmission rates, escrito pelos pesquisadores Gabriel Grimaldi Jr., da Fiocruz Bahia, e Antonio Teva e Fernanda Nunes, da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), além de pesquisadores de outras instituições do Brasil, aborda a utilização dessa vacina em cachorros e seus efeitos tanto na saúde coletiva como na do animal. Lançada no mercado desde 2008, a Leish-tec® é feita sem a inoculação de antígenos inativos na vacina, utilizando técnicas da Engenharia Genética Aplicada.
A pesquisa foi feita em uma área no Sudeste do Brasil, que é considerada altamente endêmica da leishmaniose. Antes da intervenção, os cães infectados foram abatidos e os restantes receberam três doses da vacina com o intervalo de 21 dias entre cada. Um ano após, outra dose de reforço imunológico foi aplicada. Para verificação dos resultados da pesquisa, foram feitos exames clínicos e pesquisa de anticorpos específicos em todos os cães de ambos os grupos.
Após os experimentos com os cães, notou-se que a vacina é segura para aplicação, após uma reação positiva dos animais, com a exceção de 11% que tiveram efeitos colaterais que duraram somente 4 dias. Além disso, os anticorpos que combateriam a doença começaram a ter resposta nos animais que receberam as doses, tendo alta com 1 mês após a aplicação.
Apesar dos resultados positivos, a pesquisa também concluiu que essa vacina, junto com o abate, não é efetivo em áreas de alta incidência da doença. Além disso, os pesquisadores expuseram que são necessárias melhoras para que a Leish-tec® seja melhor explorada em animais em campo, de forma que haja impacto positivo na incidência de casos de LV em humanos.
Fonte:
https://portal.fiocruz.br/noticia/pesquisa-avalia-vacina-para-cachorros-no-combate-leishmaniose
Marcelo diz
Excelente matéria parabéns
Claudia Costa diz
Obrigado Marcelo!
Renata Vaz diz
Muito grata pelas informações. Que sua vida seja de longos acontecimentos maravilhosos.e muita paz.