Por Elisiê Peixoto
Adriana Pasello e Renato Martins são professores em Londrina . Já viajaram para 32 países. Depois do nascimento dos filhos estiveram em 13, na companhia deles. Adriana é embaixadora do clube HomeExchange, que promove intercâmbios de casas nas férias. Ela mantém o blog Diário De Viagem, em que relata suas experiências pelo mundo. Seus filhos têm 9 e 12 anos. Vamos conhecer sobre essa experiência que tem conquistado muitos adeptos e “loucos” por viagens?
Poderíamos citar diversas razões para viajar. Porém, as mais importantes talvez sejam o intercâmbio de culturas, a oportunidade de conhecer novas pessoas, expandir horizontes, conhecer culinárias com seus sabores e temperos, encarar um mundo de possibilidades e oportunidades, registrar momentos inesquecíveis! Sim, viajar é preciso, porque somos apresentados a um mundo muito maior e complexo do que imaginamos,.
O Portal Ideia Delas conversou com a professora Adriana Pasello, que tem uma profissão bastante movimentada e também apaixonante, já que conhecer o mundo é no mínimo uma ideia inteligente e conquistadora. Ela relata a sua história que começou em Londrina, onde coordena cursos livres na igreja em que frequenta. “Eu não era mais uma adolescente quando fiz meu primeiro intercâmbio. Embarquei para estudar em Londres com 26 anos. Foi depois de três meses na Inglaterra que eu entendi que os ganhos de um intercâmbio vão muitíssimo além da melhora no domínio do idioma. Ele abre portas não apenas da cultura que nos recebe, mas também de todas que conhecemos por meio dos colegas de sala. Uma viagem de intercâmbio é uma aula prática a respeito de novos costumes e práticas diferentes das conhecidas.”
Rumo à Cidade do Cabo
O marido Renato tinha feito uma pós-graduação em Los Angeles e, assim como a esposa, assimilado o valor de vivências como aquela. “O impacto desse tempo fora do Brasil na vida de cada um de nós foi tão grande que decidimos fazer uma viagem de intercâmbio juntos”, relembra a professora. O destino foi a Cidade do Cabo, situada na África do Sul. Era a segunda visita ao país que Adriana e Renato faziam, mas, sem dúvida, totalmente diferente da primeira, em função da hospedagem em uma casa de família e da rotina que viveram como moradores de um bairro na periferia. O casal ficou tão apaixonado pelo país que chegou a visitar imobiliárias para saber valores de imóveis.
“Dez anos se passaram, inúmeras viagens foram feitas e 25 países foram visitados quando finalmente tivemos filhos. Com um histórico desses, você já deve imaginar qual foi o nosso desejo assim que eles foram alfabetizados. Quando o mais novo fez 7 anos, começamos a sonhar com um intercâmbio em família. Estudar inglês juntos fora do Brasil passou a ser uma meta a ser alcançada. Renato e eu começamos então o trabalho demorado de decidir para qual país viajaríamos e depois em qual escola nós quatro poderíamos estudar. Para um intercâmbio em família com crianças ser bem-sucedido, há vários aspectos a serem considerados”, ela conta.
Disciplina, organização e foco
O casal explica que na questão do país e da cidade, é necessário pensar em qual a melhor época do ano, clima local, voos, possibilidades de hospedagem, esquema de refeições e variedade de passeios que poderiam ser feitos durante a estada. Na questão da escola foi preciso considerar a duração do curso, a carga horária, os custos, nivelamento, mix de nacionalidades e, no caso, como família, a necessidade de turmas que atendessem os objetivos e necessidades de cada um. “Decidimos concentrar nossas pesquisas em apenas três países de língua inglesa: Inglaterra, Estados Unidos e Canadá. Uma pesquisa rápida revelou que os valores das escolas inglesas estavam muito acima do orçamento proposto. Por outro lado, as possibilidades que descobrimos nos EUA para crianças eram poucas e concentradas nas costas Oeste e Leste. Deixamos a Flórida de fora pelo excessivo número de alunos brasileiros. As opções que localizamos nos Estados Unidos não ofereciam carga horária integral para as crianças nessa época de final de ano, então desistimos. Foi nesse momento que nossas buscas se concentraram no Canadá. Como queríamos ficar pelo menos quatro semanas estudando em período integral com mais uma semana de folga para viagens curtas, precisaríamos dispor de um período de férias escolares mais longo que é aquele do final de ano”, explica a embaixadora do Clube HomeExchange.
Vancouver, a escolhida
Eles focaram as pesquisas em Vancouver, a cidade menos fria do inverno canadense. Segundo Adriana, apesar de ter uma população de “apenas” 630 mil habitantes, a grande Vancouver se estende por muitos quilômetros e oferece uma variedade enorme de passeios e opções de hospedagem. “No mesmo dia é possível ir da praia até a neve. Vancouver e arredores são um verdadeiro parque de diversões natural. As opções de hospedagem também são muito variadas, sendo possível alugar desde um quarto no centro até uma casa enorme em um bairro residencial. Outro aspecto que consideramos foi a facilidade do voo direto via Toronto pela Air Canada. Procuramos sempre evitar conexões quando viajamos com as crianças. Neste caso, em função do fuso horário, tivemos ainda mais cuidados na escolha dos horários e pernoites no trajeto.
Escolhida a cidade e todos os detalhes relacionados com nossa estada, partimos para escolher uma escola. Os adultos estudaram na SSLC – Sprott Shaw Language College, que é uma escola-irmã da VIC – Vancouver International College, onde as crianças foram matriculadas. Elas funcionam em prédios vizinhos no centro de Vancouver. Cada um de nós estava com um nível de domínio do idioma e por isso ficamos todos em salas separadas. Isso foi ótimo! Assim, fizemos nossas próprias amizades e pudemos interagir com colegas de sala de várias nacionalidades.”
Objetivo traçado
A carga horária integral também atendia exatamente o objetivo da família. “A conta é simples. Nós procuramos um curso de inglês de quatro semanas porque um mês equivale a praticamente um ano de estudo no Brasil. Pegue a carga horária semanal de um curso em escola particular aqui e multiplique por 36 semanas que é a média de semanas de aula. O resultado em horas é praticamente o mesmo do que fazer um intercâmbio em período integral durante um mês. Na questão do número de brasileiros, também acertamos. Como chegamos em dezembro, nossos colegas foram basicamente os asiáticos. Os brasileiros começaram a chegar apenas em janeiro, quando nós já estávamos para terminar o curso.”
Instalada, a família apostou também nos passeios e nas viagens de curta duração. “Além das atrações locais, que são muitas, estivemos várias vezes nas atividades de neve e nos divertimos nas montanhas próximas de Vancouver. Durante nossa semana de folga, viajamos para Victoria, a capital do Estado da Colúmbia Britânica. Ficamos encantados com a estrutura turística e, claro, com vontade de ficar mais”, afirma a professora.
Custos que valem cada centavo
Adriana salienta que não é uma viagem barata e que um intercâmbio em família demanda um bom planejamento financeiro. “Mas, como eu já esperava, valeu cada real investido. Meus filhos voltaram muito mais confiantes, especialmente porque o programa deles incluía passeios à tarde que os programas de adulto não ofereciam”, relata Adriana, que incentiva a todos que desejam essa experiência rica em cultura e entretenimento. “Meus filhos puderam ter contato com culturas muitíssimo diferentes e com isso foram estimulados a se comunicar em inglês. Até os temas das aulas infantis foram surpreendentes e desafiantes. Vivemos momentos incríveis em família quando nos juntávamos para almoçar e cada um contava sobre suas vivências em sala de aula. Uma viagem única e memorável. Você tem que viver para crer.” E finaliza: “Já temos um país em mente para fazer o quarto intercâmbio com os filhos. Sabe qual é?”
Adriana Pasello escreveu vários textos sobre os programas de intercâmbio que a família fez no Canadá. Acesse: http://www.diariodeviagem.com/category/intercambio/
Revisão: Jackson Liasch
Fotos: Arquivo Pessoal
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