Na peça, o destino apontado pelas quatro direções do céu define o percurso de quatro personagens, numa fábula em que os acontecimentos se repetem e se complementam sob diferentes perspectivas. Um homem forte sofre um acidente com seu caminhão, abandona a carga e ruma para uma vida melhor. Um homem pequeno encontra a carga na beira da estrada e, com o achado, vê-se diante de uma nova existência. O acaso interliga essas duas pessoas para sempre. Ambos se apaixonam por uma jovem mulher – uma garçonete, cujos cabelos encaracolados evocam o mito da Medusa. Apenas madame Oiseau, a cartomante – com visões do futuro – sabe que eles caminham numa direção, onde um pode se tornar o destino do outro. No entanto, ela não consegue enxergar o seu próprio futuro. Os quatro personagens migram para uma nova cidade. Eles portam, cada um, uma direção do céu. A Mulher do Leste traz neve e gelo; o Homem do Norte, a chuva; a Jovem do Oeste, o vento; e, o homem do Sul, traz a neblina. Essas quatro figuras fantásticas se encontram em um ambiente fantasmagórico. A direção é do gaúcho Camilo de Lélis e o elenco é formado por Diogo Cardoso, Maira Cibele, Renata de Lélis e Tiago Contte.A encenação apresenta o tempo presente, porém a narrativa aponta para o passado, remetendo a uma fantasia cinematográfica, literária e poética. Uma cidade onde quatro personagens chegam em busca de algum sentido para sua existência. Porém a ação já ocorreu, pois está sendo contada, desconstruída e remontada à medida que os atores vivem e revivem, ou repetem vivências já acontecidas ou imaginadas a partir de sua narrativa. A ideia metafísica que a peça propõe, através da visão de uma pitonisa – Madame Oiseau – é sobre o destino de algumas pessoas. Então o elemento onírico e/ou sonambúlico desestabiliza a noção de um contexto histórico real, de uma época palpável ou de um espaço onde ocorram ações concretas.
O cenário é constituído por fardos de latas de alumínio compactadas e diversas latas de alumínio espalhadas pelo palco. Inspirado nos circos mambembes, há uma lona no palco, remetendo à arena e ao picadeiro. O figurino é realista no sentido de descrever profissões, pois o trabalho é um referencial importante nessa obra dramática. Os personagens chegam a uma cidade em busca de trabalho e de uma vida melhor para realizar seus sonhos: uma garçonete, uma vidente, um palhaço, um assaltante entre outros, se vestem de acordo com essas referências. A iluminação faz diversos cortes de tempo/espaço para acelerar ou retardar o ritmo da narrativa e, principalmente, cria efeitos de ilusionismo que, por vezes, afasta a noção de realidade. A trilha sonora tem por característica uma mescla estética entre teatro, circo e cinema, com melodias de clima emocional, circences, baladas etc.
Diretor: Camilo de Lélis
Tradução: Herta Elbern
Elenco: Diogo Cardoso, Maira Cibele, Renata de Lélis e Tiago Contte
Direção de Produção: Das Gurias Produções Culturais
Produção Executiva: Maira Cibele e Renata de Lélis
Produção Técnica: Natalia Lebeis
Iluminador: Fernando Ochoa
Trilha Sonora: Antonio Villeroy
Cenografia: Felipe Helfer
Figurino: Renata de Lélis
Produção Audiovisual: Edu Rabin e Renata de Lélis
Edição de Videos: Eduardo Essarts
Fotos: Edu Rabin
Assessoria de Imprensa: Ney Motta
Apoio Administrativo/Contador: Mari Vieira
Realização: Cia Face e Carretos
Trailer de “As Quatro Direções do Céu” – https://vimeo.com/315704280
Serviço
Local: Teatro Poeira, Rua São João Batista, 104, Botafogo, RJ.
De quinta a sábado às 21h, domingo às 19h.
ÚNICAS APRESENTAÇÕES
80 minutos
Drama
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