Apesar das diversas cirurgias pelas quais passou e dos vários tratamentos que realiza, Leonardo é um adolescente alegre, inteligente e consciente sobre a deficiência que possui. A paralisia não paralisou a vida do jovem. Ele é um jovem feliz!
Por Claudia Costa
“Conheci “ o Leonardo, 15 anos, quando ainda estava na barriga da sua mãe Cristina Vizu. Uma mulher batalhadora que tive o prazer de conhecer na Gastroclínica de Londrina, Clínica onde eu prestava assessoria de imprensa e ela era supervisora operacional. Quando ele nasceu prematuro fiquei sabendo que teve alguns imprevistos, mas não tive muitos detalhes e nem contato com o garoto. A única coisa que eu sabia era da dedicação dos pais, Cristina , 53 anos, e Roderlei, 56 anos, para oferecer o melhor tratamento médico e multidisciplinar ao filho, visando proporcionar qualidade de vida para o bebê. O casal também é pai de Eric, 23 anos, estudante de matemática.
Leonardo Vizu está com 15 anos, e ao longo desses anos passou por várias cirurgias e teve que fazer acompanhamento com fisioterapia, fonoaudióloga, pediatria, oftalmologista, neurologista, ortopedista, dentre outros. Ele possui Paralisia Cerebral Espástica, nasceu de 28 semanas (bebê considerado prematuro extremo) e ficou durante os primeiros 50 dias de vida entubado.
Quem vê o belo jovem não pode imaginar os desafios que ele e a sua família vem superando ao longo dos anos. Atualmente ele faz acompanhamento com fonaudióloga, terapeuta ocupacional e fisioterapia com mais frequência. Anualmente realiza consulta de acompanhamento com oftalmologista por causa da miopia .
Leo mora em Londrina (PR) e cursa o primeiro ano do ensino médio no Colégio Estadual Newton Guimarães, onde possui uma professora que dá acompanhamento dentro da sala de aula e uma outra profissional que o atende no pátio. “Às vezes me sinto “vigiado” o tempo todo e isso me incomoda”, diz. Por causa da rigidez dos músculos das mãos, Leonardo tem dificuldade para escrever, mas o faz mais lentamente que os colegas da sala de aula, por isso a importância da professora acompanhante. Para se locomover ele usa um par de bengala especial. Como todo adolescente Leonardo tem sonhos, faz planos como o de ser independente, morar sozinho e trabalhar como roteirista de jogos.
Segundo ele, a sua deficiência não o impede de ter uma vida “normal” apesar dar limitações que a Paralisia Cerebral Espástica provoca. Ele tem muita consciência do seu problema e diz que não gosta que as pessoas sintam pena dele. O jovem diz que gostaria que elas perguntassem para ele sobre a paralisia. “Não gosto que sintam piedade de mim. Sou feliz do jeito que sou. Recentemente conheci o termo capacitismo (discriminação e o preconceito social contra pessoas com alguma deficiência)”.
A paralisia cerebral espástica consiste em problemas de movimento e equilíbrio, devido a uma lesão no córtex motor do cérebro. Esta paralisia causa problemas com a coordenação e o movimento, principalmente nos braços e pernas. Isso influencia a forma como a medula espinhal e os nervos reagem, o que faz com que os músculos fiquem tensos e espásticos ( contração muscular involuntária).
Leonardo diz que sempre tentou se adaptar para poder participar das brincadeiras e atividades com seus amigos. Uma das suas maiores dificuldades é manter o equilíbrio. Quando das aulas de educação física e outras brincadeiras, sempre encontrava uma forma de participar, mesmo caindo com certa frequência. Ele reconhece que os amigos (a) sempre se preocupam com ele. “ Quando eu caio, por exemplo, todos ficam preocupados e eu digo, gente foi apenas um tombo. Sei que é um carinho que possuem comigo. Meus colegas e amigos me respeitam. Se houvesse uma cura para o meu problema eu ira querer continuar como sou”, diz Leonardo. O adolescente possui uma agenda cheia de atividades de segunda a sexta-feira como a ida a fisioterapia, psicólogo, fonoaudiologia, catequese, aula de reforço….Nas horas de folga gosta de ir ao shopping com os amigos.
E para dar uma atenção especial ao filho, a mãe Cristina aposentou-se precocemente há cinco anos. Ela diz que não se arrepende da decisão que tomou e que percebeu a evolução e autonomia do filho desde então. O jovem já fez várias cirurgias e até aplicações de botox para diminuir a rigidez dos músculos tanto das mãos como dar pernas.” Foi fundamental eu ter disponibilidade para acompanhar o Leonardo nas diversas terapias e atividades. Vejo meu filho mais independente e isto me deixa feliz”, salienta Cristina.
Izabel Cristina Vizu diz
Parabéns para a coluna Ideia Delas. Vocês conseguiram colocar com delicadeza o sentimento desse adolescente guerreiro.
Lourdes diz
Uma história de amor e superação, onde a evolução é vista ( e sentida ) dia a dia, ano a ano……
Parabéns Léo ❤