Beijo, o gesto que desperta a química da paixão e do prazer!

O beijo é essencial em um relacionamento. Ele é um ato de intimidade entre um casal e  desperta o desejo e a paixão. A dopamina é uma substância liberada pelo organismo quando beijamos, provocando prazer e  a sensação de bem-estar. O beijo age como uma “droga”, estimulando a liberação de neurotransmissores, que são substâncias químicas importantes utilizadas na comunicação entre células excitáveis. As mulheres dizem que adoram beijar, e os homens também, então por que muitos casais param de se beijar ao longo do relacionamento? Veja nesta matéria a enquete que realizamos sobre o assunto.

 

Por Claudia Costa

Molhado ou não, intenso ou leve, demorado ou rápido, o beijo é um gesto de muita intimidade entre os casais. Muitos o consideram mais íntimo do que a própria relação sexual. Quem não se lembra da cena do filme “Uma Linda Mulher,” e “em que a prostituta Vivian, personagem vivida pela atriz Julia Roberts, diz ao executivo Edward, personagem do ator Richard Gere, que não podia beijar na boca, que prostituta não beija na boca, pois esse gesto é realizado somente por amor.

Outra lembrança sobre a importância deste gesto era o bordão “Eu vou beijar muuitoooo”,  usado pela Tati Total, personagem adolescente interpretada pela humorista Claudia Rodrigues, no programa Zorra Total.

Ao longo dos anos de convivência, os casais vão deixando de lado esta intimidade tão prazerosa e importante para os relacionamentos. Com o passar do tempo, o beijo entre o casal vai ficando cada vez mais escasso e a relação morna e monótona.

Um bom motivo para beijar

Uma das mais importantes substâncias envolvidas no beijo é a dopamina, que nos dá a sensação de motivação e prazer, além de sempre querer mais! … O beijo certo pode mexer inteiramente com a química do nosso corpo.

Esta substância está relacionada com o chamado sistema de recompensa, que é um circuito neuronal no cérebro que influencia diretamente as nossas emoções. Esse sistema garante a motivação para realizar certas atividades, como a sensação de felicidade quando comemos ao ter fome. Quando os neurônios desse sistema são ativados, eles liberam a dopamina em regiões específicas do cérebro, causando o aumento da sensação de prazer.

A química de um beijo

Em um beijo apaixonado acontece a dilatação dos vasos sanguíneos para o cérebro receber mais oxigênio do que o normal. As bochechas ficam rosadas, o pulso acelera e nossa respiração fica descontrolada e intensa. As pupilas dilatam, o que, talvez, explique o motivo por que muitas pessoas fecham os olhos durante este momento.

O beijo age como uma “droga”, estimulando a liberação de neurotransmissores, que são substâncias químicas importantes utilizadas na comunicação entre células excitáveis. Um beijo ativa cinco dos doze principais nervos cranianos que passam por diversas partes do nosso rosto, além de provocar mudanças como o conhecido “friozinho na barriga”, aquele acelerar incontrolável do coração e da respiração. Vale lembrar que os lábios estão localizados em uma região cheia de terminações nervosas e que as informações recebidas serão enviadas para o nosso cérebro.

Elas e Eles falam sobre:

Qual a importância do beijo em um relacionamento? E por que alguns casais param de trocar beijos ao longo da vida em comum?

 

Mario Tadeu, 54, divorciado, administrador, mora no RIo de Janeiro

“ Adoro beijar e ser beijado, tem que ser intenso.) O beijo no relacionamento é o interruptor, liga a máquina. Sou assumido um beijoqueiro compulsivo.  A mulher já pode sentir  a intensidade e a pressão que está demonstrado em um beijo. Acabaram os beijos, acabou o tesão. Simplesmente o beijo é o termômetro da relação”.

 

Mariana Zorzato Samartano, 43 anos, solteira, gerente de marketing em Londrina.

“Adorooo beijar rsrs.  Gosto do beijo demorado e molhado. O beijo define a intimidade do casal. Eu sou bem beijoqueira. A mulher é mais romântica e com certeza valoriza e fantasia demais o beijo. Acredito que muitos casais deixam a rotina  do casamento tomar conta e não exploram a relação e nem a intimidade”.

 

Nicaele Caroline, 33 anos, solteira, tatuadora, mora em Salvador (BA).

“ Gosto  de beijar, um beijo sutil, delicado, suave e intenso. Um beijo que te faça sorrir por dentro, é um carinho que você consegue sentir as almas se tocando. Acho o beijo crucial  e de extrema importância para o relacionamento, pois este gesto é a forma mais bela de demostrar  amor, carinho e afeto. Nós mulheres somos mais sensitivas que os homens, em um simples beijo conseguimos decifrar a essência do ser.

A versatilidade do entretenimento em nossa sociedade acaba afastando as pessoas, por vezes caindo em monotonia pela correria da vida moderna. Os casais esquecem que a vida a dois é uma eterna inovação, consequente essa troca de carinho acaba se esvaindo”.

 

Rafael Hideki, 45 anos , divorciado, trabalha na área da saúde, mora em Londrina (PR).

“ Eu gosto de beijar muito, aquele beijo de tirar o fôlego! É um gesto de carinho e muita troca de energia ( damos e recebemos). Gosto de beijar a todo momento a pessoa com a qual estou me relacionando. Acredito que o casal no momento que deixa de trocar mais beijos é por que deixou a paixão de lado”.

 

Fernando M. G. , 19, solteiro, estudante de direito, mora em Londrina (PR).

“Gosto de beijar sim, mas depende de quem estou beijando, às vezes mais carinhoso, outras vezes, nem tanto. O beijo tem uma grande importância para mim. Se o beijo não encaixa, às vezes, já não tenho muito interesse em continuar tendo um relacionamento ou “ficando”, mas é algo sempre delimitado pelo meu interesse na pessoa. Eu não me considero muito beijoqueiro.

Não sei se as mulheres realmente valorizam mais do que os homens, mas talvez a criação masculina interfira nas demonstrações de afeto, já que o estereótipo de gênero masculino é mais rígido com a abertura emocional. Talvez a rigidez da vida moderna e a rotina façam as demonstrações de afeto serem colocadas de lado e caírem em esquecimento”.

 

Angela Bernadete Borim, 62 anos, divorciada, professora, mora em Apucarana (PR)

“Beijar sempre me excitou muito. Mas conforme o tempo vai passando nossos beijos vão se modificando. Hoje ele é diferente, porque quanto mais amadurecemos, não vemos a necessidade de ficar se tocando o tempo todo igual na nossa juventude. Um simples toque já nos dá a sensação de termos a pessoa amada ao nosso lado. Mas beijar é importante, nos torna mais próximos da pessoa amada. Aumenta a nossa autoestima, nos sentimos importante, é uma demonstração de afeto, sinal de romantismo. Eu sou beijoqueira, amo beijar e ser beijada. É excitante. Tanto as mulheres quanto os homens valorizam o beijo, depende do momento, do comportamento dos parceiros.

Na nossa idade não vemos a necessidade de ficar se tocando a todo instante, diferente dos jovens, em que os hormônios estão bem mais aflorados. Se o casal manter uma certa intimidade, sempre acharão o momento adequado para um beijo.

A vida em comum inconscientemente nos separa por vários fatores, e o beijo acaba ficando um tanto quanto mais distante, nos beijamos menos, o stress, os afazeres do dia a dia, o cansaço, tudo afeta na falta de intimidade. Mas não podemos de maneira alguma deixar isso acontecer, porque precisamos de carinho, afeto, sensação de prazer e bem estar, junto da pessoa que amamos e queremos do nosso lado. Temos que beijar, dar intensidade aos nossos beijos, a paixão tem que estar sempre presente. O beijo na boca é a maior demonstração de amor e carinho que existe entre duas pessoas que se amam”.

 

Cristina Aguilera, casada , jornalista e assessora de imprensa, mora em São Paulo ( capital).

“Sim eu gosto de beijar, mas o beijo precisa ter amor, carinho e vontade de eternizar aquele momento. Não só o beijo como outras formas de carinho são fundamentais, independente de quanto tempo você está com a outra pessoa. O segredo é sempre deixar a energia do primeiro beijo voltar, estar ali por completo. O melhor beijo é aquele inesperado. Eu adoro beijar, beijo o marido, dou  beijos carinhosos nos  amigos, parênteses e ,principalmente, nos animais. Minha poodle Juma que o diga. Desde cedo, a mulher tem uma visão romântica sobre o beijo. Na infância, ainda nos contos de fadas,  somos estimuladas a acreditar que só um beijo de amor verdadeiro pôde salvar a Bela Adormecida  do sono profundo a que foi condenada pela maldição lançada pela bruxa. Até os desenhos salientam o romantismo do beijo,  como o da  Dama e o Vagabundo que ao dividirem  um espaguete se beijam de forma fofa. Na adolescência e na fase adulta vem o cinema fazer parte desse imaginário. Quem não se emocionou quando Jack Dawson (Leonardo DiCaprio)  beija na proa do navio  Rose Dewitt Bukater (Kate Winslet), no filme “Titanic”, de James Cameron.  Ou o famoso beijo  que Milton Warden (Burt Lancaster)  e Karen Holmes (Deborah Kerr) trocam na praia no filme “A Um Passo da Eternidade até o beijo sobrenatural de Ghost – Do Outro Lado da Vida”, de Jerry Zucker… na arte temos essa atenção para o beijo, como a obra O Beijo (Marc Chagall, 1915),  dentre outros.

Conheço muitos casais idosos que ainda trocam beijinhos. Acho que o romantismo do beijo nunca deve acabar. E vale todos eles: beijo romântico, de esquimó, de carinho, de saudade, de gratidão por estar junto”.

 

Marcos Salomé, 46 anos, divorciado, autônomo, mora em Londrina (PR)

“ Gosto Muito! Intenso, quente, molhado, real… Esse gesto demonstra o sentimento. Porque o ato de beijar envolve  a entrega, o desejo, o todo. Acredito que muitos casais não se beijam mais por que se perderam, deixam de ser um casal. “

Alvaro, 58 anos, divorciado, gestor de negócios, mora em Londrina (PR)

“Eu gosto bastante de beijar. O beijo identifica, pelo tato, algumas características de personalidade, penso eu: gosto dessa tentativa de identificação (ousada, tímida, tensa, calma). No começo do relacionamento é maior. Depois o beijo perde espaço para outras fontes de informação e carinho.

Não sou muito beijoqueiro As mulheres expressam melhor suas emoções e mesmo sua sexualidade. O beijo não deixa de ser um ato de carinho e mesmo sedução ao longo do tempo. Ele só deixa de ser o principal”.

 

Maurício G. G., 68 anos, casado, aposentado, mora em Florianópolis (SC)

“Adoro beijar: beijo molhado, escandalizado… Acredito que este gesto é a sacralização de relações afetuosas, amorosas e sentimentais.

Se beijoqueiro é quem beija muito, não sou. Beijo, para mim, é um momento de intensa intimidade e prazer, portanto não é corriqueiro. Não acredito que as mulheres valorizam mais o beijo que o homem.

Com o tempo, as trocas (não apenas de beijos) deixam de acontecer entre as pessoas. Amizade, paixão e plantas precisam de zelo, cuidado e cultivo “.

 

Cláudia Fernandes Lopes, 55 anos, solteira ( mora com seu companheiro) , jornalista, mora em São Paulo, Capital 

“Eu adoro ! O beijo depende da ocasião. Pode ser intenso, molhado e quente a uma bitoca. Para mim não existe relacionamento sem um bom beijo rsrs. Sou muito beijoqueira. Adoro beijo na boca, no rosto, na cabeça.  Conheci homens que gostam muito de beijar, inclusive, o meu atual companheiro. Mas, talvez a maioria das pessoas não queira demonstrar seus sentimentos e por isso evitam muito contato físico. A correria e a rotina, depois de um dia longo, as vezes, a gente só tem vontade de dormir ou ficar quietinha vendo um filme. Mas se isso começa acontecer com muita frequência, é preciso colocar uns passeios românticos na rotina do casal. Nem que seja apenas pra lembrar do amor que sentem um pelo outro. E viva o beijo!”

• Fotos Ilustrativa: Pixabay
• Fontes:https://brasilescola.uol.com.br/biologia/dopamina.htmhttp://cienciasecognicao.org/neuroteen/?p=116